Clube de Leitura dos Poetas (Adriana Janaína Poeta) Publisher https://wwwfacebook.com/adrianajanainapoeta adrianajanainapoeta01233034782@gmail.com This Blog is owned and authored by Adriana Janaína Poeta, pseudonym of Adriana Janaína Alves de Oliveira / CPF. 01233034782. Brazilian, born in Rio de Janeiro. Without Whats APP. Writer, Composer, Journalist, Editor, Founder, (2004), and owner. Married to Marcelo Bernardo (de Oliveira), since 04/02/2010.
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Asa de barata por Adriana Janaína Poeta/ in Malditos pensamentos que escapam/ CPF.: 01233034782/ Clube de Leitura dos Poetas/ Todos os direitos reservados.
Asa de barata por Adriana Janaína Poeta/
in Malditos pensamentos que escapam/
CPF.: 01233034782/ 
Clube de Leitura dos Poetas/
Todos os direitos reservados.
Epsódio: 18
- Miow... - Fez a gata, entrando  no quarto. Esfregou a cabeça no braço de Aucilene, que afagou os seus pêlos, sorrindo. Aquele momento de afeto, quebrou a tensão que havia.
Na tv, com o controle remoto quebrado, o celular, com defeito, sem ligar, sem acesso a internet na tv, ou possibilidade de trocar o canal, só podia assistir a programação de uma emissora. No dia em que o controle remoto quebrou, estava naquele canal e volume. Na tv, fisicamente, havia apenas o botão, bem escondido, para ligar e desligar o aparelho, qualquer outra coisa, só poderia ser feito com o controle remoto, inexistente, no momento. 
Há duas semanas, a emissora colocou no ar, um dos piores programas (Formato enlatado, ou seja, ainda pagaram pelos direitos para reproduzir, com alterações pontuais). Conseguiram patrocínio, apoiadores, anunciantes, compraram ítens para o cenário, etc. Mesmo com a publicidade, ainda havia gastos. Pagavam, escolheram o tal formato. Convidavam pessoas, contrataram equipe... Talvez, quem mais odiavam. Devia ser uma espécie de trote, televisivo...
Diretor: - Lá vem a Neusa!... - Disse, tentando se esconder atrás da palma da mão aberta. A outra mão estava ocupada, segurando o cigarro aceso.
Contra regra: - O quê? - Indagou, cheio de papéis nos braços, o fone nos ouvidos, o microfone colado na bochecha, perto da boca, ainda conectado, o celular tocando, no bolso.
Neusa: - Para! Estou vendo você!
Diretor: - Não sou eu, não!... Eu não estou aqui... - Murmurou o diretor, visivelmente aflito, por trás da mão espalmada na frente do rosto.
Contra regra: - Eu vou... 
Diretor: - Não vai, não! Fique aí!...
Contra regra: - Mas, eu preciso...
Diretor: - É uma ordem! Fique exatamente aonde você está!... Neusa... Eu disse ao telefone... E como você ligou, Neusa!... Eu disse! Ainda não há nada para você... À sua altura! Do seu porte!
Neusa: - Mas, eu estou há muito tempo fora das telas! O tempo está passando! Estou pronta para voltar a apresentar... Pode ser qualquer coisa! Lembre que me deve favores! Sempre te coloquei lá no alto!
Diretor: - Neusa...
Neusa: - Vou ligar para você, todos os dias! Vou deixar bilhetes no seu carro, no prédio... Vou entrar aonde você estiver! Vai ficar chato para você! - Disse Neusa, e riu, achando engraçado.
O diretor, pálido, a guimba do cigarro, que ardia, ainda entre os dedos na mão, a boca entreaberta, espantado, preocupado. O contra regra, encolhido, entre os dois, olhava para um e para o outro, enquanto o telefone tocava, sem saber o que fazer. 
Diretor: - Neusa, por favor...
Neusa: - Você está me enrolando há muito tempo! Você prometeu! Prometeu! Prometeu!...- Insistiu Neusa, visivelmente irritada. A loura, fuzilava o diretor com seus olhos verdes.
Diretor: - Eu vou ver...
Neusa: - Não! Quero uma posição sua, agora! - Disse Neusa, decidida. Bateu o salto do sapato da perna direita contra o chão, de vez em quando, nervosa. Estava impecável, elegante. Apesar de não ter mais 20 anos, era bela, e sabia disso. Estava furiosa, e tentava, a custo, não partir para a agressividade. Segurou o braço do diretor, Arnóbio, um velho amigo, a quem muito ajudara no passado, quando ela estava fazendo sucesso, em um programa com boa audiência.
Diretor: - Está bem! - Disse, friamente, tendo nos olhos dois icebergs gigantescos. Soltou a mão de Neusa do seu braço, endireitou a postura, jogou a guimba fria, não mão atarefada do contra regra, que a esticara, na sua direção, para isso, incomodado com o resto de cigarro na mão do diretor. Neusa recuou alguns "saltos", surprêsa. Um brilho crescia nos seus olhos, um sorriso, encantado, nos lábios expandindo pelo rosto, bem maquiado.
Neusa: - Verdade? 
Diretor: - Sim.
Neusa: - Que programa? fale de uma vez! Estou curiosa...
O diretor olhou para o contra regra. Era um olhar matreiro, ardiloso, irônico, contido, assustador... O contra regra percebeu a intenção. Conhecia aquele olhar. Apertou os papéis junto ao peito, olhou, com pena, para a mulher que conhecia apenas das telas, de nome, e depois para Arnóbio. 
Diretor: - Me dá!...
Contra regra: - Hã?...
Diretor: - Vamos, Lucas!... Disse, com voz estranhamente segura, firme, calma. Um fino sorriso rasgava os seus lábios.
Contra regra: - Eu... Eu...
Diretor: - Me dá logo esse papel, Lucas! Você sabe qual é!... - Berrou o diretor, impaciente, sério.
Lucas, o contra regra, lançou um último olhar de lamento para Neusa, que estava tão feliz com a possibilidade de retornar para as telas, apresentando um programa, que nada percebeu. O diretor ainda estendia a mão para Lucas.
Lucas pôs a guimba fria no bolso, junto com o celular que não parava de tocar... Procurou, devagar, entre os papéis que segurava nos braços,até encontrar o que Arnóbio queria.
Contra regra: - Tem certeza?
Diretor: - Tenho! Me dá logo isso!... - Gritou Arnóbio.
Contra regra: - Está bem!... - Disse, nervoso. Lucas procurou, entre as folhas que trazia nos braços, amarfanhadas, o papel que Arnóbio queria. Puxou a folha e entregou para o diretor. Arnóbio sequer olhou. Seus olhos estavam grudados em Neusa. Um sorriso malicioso e frio, vitorioso, dançava nos seus lábios. Arnóbio entregou o papel para Neusa, que o puxou como se fosse um bilhete de loteria premiado.
A princípio, Neusa obervava, lia, o conteúdo, séria. Olhou para Lucas, para Arnóbio... Pôs o dedo indicador, unhas bem feitas, sobre a boca... Como se refletisse, depois no queixo.
Neusa: - Asa de Barata?... - Indagou Neusa, ainda refletidno sobre o nome, formato, resumidamente descritos no papel, meio amassado, amarelado.
Diretor: - Gostou? - Indagou, ainda sorrindo. O contra regra quis sair, de fininho... O diretor segurou o seu braço, sem olhar na sua direção, fazendo um gesto, para que ficasse ali.
Neusa: - Não sei...
Diretor - O quê é isso, Neusa? Foi apresentado antes por outras apresentadoras. Com sucesso! É um formato de fora! Está pronto para ser apresentado por alguém como você!...
Neusa: - É?...
Diretor: - Você vai adorar!
Neusa: - Eu... Está bem! 
Diretor: - Ótimo! - Disse, lançando um olhar para o contra regra, que olhou para Neusa com tristeza.
Neusa: - Eu fico com esse!
Diretor: - Você ficará ótima apresentado esse programa! Asa de Barata! Com Neusa Siqueira! A audiência vai ser grande!
Neusa sorria, radiante. O diretor, sacou o celular, no bolso, ligando para alguém e contando a novidade. Já tinha o nome da apresentadora ideal para o Asa de Barata! Era um programa sobre conflitos entre familiares, amigos, vizinhos para as tardes mais agradáveis. Tapas, socos, xingamentos, escorregões, empurrões, corridas, falsidades, roupas sujas sendo lavadas em público, enquanto arranhavam o bom português, despejando gírias e desgraças caseiras, pelas telas das famílias brasileiras...
Animado com a vingança, o diretor , ainda ao telefone, sacudia o contra regra pelo ombro, ansioso para dizer algo, mas ocupado com o telefonema, com o que dizia e ouvia, apenas agarrava e balançava o ombro de Lucas... Até que os papéis voaram, com o contra regra, que escorregou no chão, tropeçando em um dos muitos cabos...
Neusa, o diretor, ainda ao telefone, tentavam ajudar Lucas a levantar, enquanto este tentava reunir os muitos papéis espalhados pelo chão, alcançar o celular, que caíra do bolso, ainda tocando sem parar, caído no canto escuro e afastado, com os dois o segurando...
Dos contornos das sombras, aonde estava o celular, desprendeu-se e tomou forma, uma figura...
Baixo, largo, a perna direita menor do que  a esquerda, a cabeça pequena, a boca grande, os cabelos espetados, irregulares, corpo, mão, rosto, braços... Todas as partes do corpo, escritos, rascunhos em letra cursiva sobre digitação... Aproximou-se dos três, tendo Lucas ainda de joelhos, Neusa  e o diretor tentando erguê-lo. Arnóbio ainda tinha o telefone colado ao ouvido. Os três estavam paralisados, observando, surprêsos, espantados, assustados, o recorte que parou, diante deles.
Maldito pensamento que escapa: - O Programa mais inútil vai voltar? - Indagou. Sem esperar resposta, começou a fazer birra... Pisava, pulava, mãos desajeitadas, as vezes, cruzadas sobre o peito, murmurando coisas inaudíveis. O olhar chateado, as vezes, parava no chão, zangado. - Esse programa é horrível! Sempre foi! Vão trazer o pneu velho debaixo do braço suado, também?! Vão botar fogo no meio do caminho? incendiar um sofá velho, caixotes de feira?... Vão deixar lixo nos cantos? Vão? Vão?... Um vai tascar um tapa no outro? Puxar os cabelos, apliques?... Vai? Que tal?... Alguém vai encontrar um nome mais bonito para xingar a mão, o filho, o marido?... Ah! Mas, isso já aconteceu no Programa! Esse Programa é um lixo! Ninguém vai dizer? Não?... A coitada vai ter que apresentar o lixo? Você odeia tanto assim a mulher, Arnóbio? E quem assiste em casa? Sem a opção de ver outra coisa, tem que passar por isso, Arnóbio? Só para você dar uma lição ou se livrar da Neusa? Quer se vingar? Arnóbio!... Esse formato é horrível! Lá e cá! Avise! Grite! Pregue nas paredes, Arnóbio! Denuncie! Asa de Barata emburrece, chateia, enerva! Quem assiste, quem participa, quem apresenta! E vocês pagam para passar! Enpurram para os patrocinadores! Jogam essa porcaria nas tardes, nas telas, para os coitados assistirem... Ou desligam a tv! Por quê? Arnóbio?... Arnóbio? Arnóbio?- Berrou o recorte, chutando os papéis que estavam no chão, nervoso como uma criança.
Neusa olhou para o diretor.
Asa de barata por Adriana Janaína Poeta/
in Malditos pensamentos que escapam/
CPF.: 01233034782/ 
Clube de Leitura dos Poetas/
Todos os direitos reservados.
Epsódio: 18
- Miow... - Fez a gata, entrando  no quarto. Esfregou a cabeça no braço de Aucilene, que afagou os seus pêlos, sorrindo. Aquele momento de afeto, quebrou a tensão que havia.
Na tv, com o controle remoto quebrado, o celular, com defeito, sem ligar, sem acesso a internet na tv, ou possibilidade de trocar o canal, só podia assistir a programação de uma emissora. No dia em que o controle remoto quebrou, estava naquele canal e volume. Na tv, fisicamente, havia apenas o botão, bem escondido, para ligar e desligar o aparelho, qualquer outra coisa, só poderia ser feito com o controle remoto, inexistente, no momento. 
Há duas semanas, a emissora colocou no ar, um dos piores programas (Formato enlatado, ou seja, ainda pagaram pelos direitos para reproduzir, com alterações pontuais). Conseguiram patrocínio, apoiadores, anunciantes, compraram ítens para o cenário, etc. Mesmo com a publicidade, ainda havia gastos. Pagavam, escolheram o tal formato. Convidavam pessoas, contrataram equipe... Talvez, quem mais odiavam. Devia ser uma espécie de trote, televisivo...
Diretor: - Lá vem a Neusa!... - Disse, tentando se esconder atrás da palma da mão aberta. A outra mão estava ocupada, segurando o cigarro aceso.
Contra regra: - O quê? - Indagou, cheio de papéis nos braços, o fone nos ouvidos, o microfone colado na bochecha, perto da boca, ainda conectado, o celular tocando, no bolso.
Neusa: - Para! Estou vendo você!
Diretor: - Não sou eu, não!... Eu não estou aqui... - Murmurou o diretor, visivelmente aflito, por trás da mão espalmada na frente do rosto.
Contra regra: - Eu vou... 
Diretor: - Não vai, não! Fique aí!...
Contra regra: - Mas, eu preciso...
Diretor: - É uma ordem! Fique exatamente aonde você está!... Neusa... Eu disse ao telefone... E como você ligou, Neusa!... Eu disse! Ainda não há nada para você... À sua altura! Do seu porte!
Neusa: - Mas, eu estou há muito tempo fora das telas! O tempo está passando! Estou pronta para voltar a apresentar... Pode ser qualquer coisa! Lembre que me deve favores! Sempre te coloquei lá no alto!
Diretor: - Neusa...
Neusa: - Vou ligar para você, todos os dias! Vou deixar bilhetes no seu carro, no prédio... Vou entrar aonde você estiver! Vai ficar chato para você! - Disse Neusa, e riu, achando engraçado.
O diretor, pálido, a guimba do cigarro, que ardia, ainda entre os dedos na mão, a boca entreaberta, espantado, preocupado. O contra regra, encolhido, entre os dois, olhava para um e para o outro, enquanto o telefone tocava, sem saber o que fazer. 
Diretor: - Neusa, por favor...
Neusa: - Você está me enrolando há muito tempo! Você prometeu! Prometeu! Prometeu!...- Insistiu Neusa, visivelmente irritada. A loura, fuzilava o diretor com seus olhos verdes.
Diretor: - Eu vou ver...
Neusa: - Não! Quero uma posição sua, agora! - Disse Neusa, decidida. Bateu o salto do sapato da perna direita contra o chão, de vez em quando, nervosa. Estava impecável, elegante. Apesar de não ter mais 20 anos, era bela, e sabia disso. Estava furiosa, e tentava, a custo, não partir para a agressividade. Segurou o braço do diretor, Arnóbio, um velho amigo, a quem muito ajudara no passado, quando ela estava fazendo sucesso, em um programa com boa audiência.
Diretor: - Está bem! - Disse, friamente, tendo nos olhos dois icebergs gigantescos. Soltou a mão de Neusa do seu braço, endireitou a postura, jogou a guimba fria, não mão atarefada do contra regra, que a esticara, na sua direção, para isso, incomodado com o resto de cigarro na mão do diretor. Neusa recuou alguns "saltos", surprêsa. Um brilho crescia nos seus olhos, um sorriso, encantado, nos lábios expandindo pelo rosto, bem maquiado.
Neusa: - Verdade? 
Diretor: - Sim.
Neusa: - Que programa? fale de uma vez! Estou curiosa...
O diretor olhou para o contra regra. Era um olhar matreiro, ardiloso, irônico, contido, assustador... O contra regra percebeu a intenção. Conhecia aquele olhar. Apertou os papéis junto ao peito, olhou, com pena, para a mulher que conhecia apenas das telas, de nome, e depois para Arnóbio. 
Diretor: - Me dá!...
Contra regra: - Hã?...
Diretor: - Vamos, Lucas!... Disse, com voz estranhamente segura, firme, calma. Um fino sorriso rasgava os seus lábios.
Contra regra: - Eu... Eu...
Diretor: - Me dá logo esse papel, Lucas! Você sabe qual é!... - Berrou o diretor, impaciente, sério.
Lucas, o contra regra, lançou um último olhar de lamento para Neusa, que estava tão feliz com a possibilidade de retornar para as telas, apresentando um programa, que nada percebeu. O diretor ainda estendia a mão para Lucas.
Lucas pôs a guimba fria no bolso, junto com o celular que não parava de tocar... Procurou, devagar, entre os papéis que segurava nos braços,até encontrar o que Arnóbio queria.
Contra regra: - Tem certeza?
Diretor: - Tenho! Me dá logo isso!... - Gritou Arnóbio.
Contra regra: - Está bem!... - Disse, nervoso. Lucas procurou, entre as folhas que trazia nos braços, amarfanhadas, o papel que Arnóbio queria. Puxou a folha e entregou para o diretor. Arnóbio sequer olhou. Seus olhos estavam grudados em Neusa. Um sorriso malicioso e frio, vitorioso, dançava nos seus lábios. Arnóbio entregou o papel para Neusa, que o puxou como se fosse um bilhete de loteria premiado.
A princípio, Neusa obervava, lia, o conteúdo, séria. Olhou para Lucas, para Arnóbio... Pôs o dedo indicador, unhas bem feitas, sobre a boca... Como se refletisse, depois no queixo.
Neusa: - Asa de Barata?... - Indagou Neusa, ainda refletidno sobre o nome, formato, resumidamente descritos no papel, meio amassado, amarelado.
Diretor: - Gostou? - Indagou, ainda sorrindo. O contra regra quis sair, de fininho... O diretor segurou o seu braço, sem olhar na sua direção, fazendo um gesto, para que ficasse ali.
Neusa: - Não sei...
Diretor - O quê é isso, Neusa? Foi apresentado antes por outras apresentadoras. Com sucesso! É um formato de fora! Está pronto para ser apresentado por alguém como você!...
Neusa: - É?...
Diretor: - Você vai adorar!
Neusa: - Eu... Está bem! 
Diretor: - Ótimo! - Disse, lançando um olhar para o contra regra, que olhou para Neusa com tristeza.
Neusa: - Eu fico com esse!
Diretor: - Você ficará ótima apresentado esse programa! Asa de Barata! Com Neusa Siqueira! A audiência vai ser grande!
Neusa sorria, radiante. O diretor, sacou o celular, no bolso, ligando para alguém e contando a novidade. Já tinha o nome da apresentadora ideal para o Asa de Barata! Era um programa sobre conflitos entre familiares, amigos, vizinhos para as tardes mais agradáveis. Tapas, socos, xingamentos, escorregões, empurrões, corridas, falsidades, roupas sujas sendo lavadas em público, enquanto arranhavam o bom português, despejando gírias e desgraças caseiras, pelas telas das famílias brasileiras...
Animado com a vingança, o diretor , ainda ao telefone, sacudia o contra regra pelo ombro, ansioso para dizer algo, mas ocupado com o telefonema, com o que dizia e ouvia, apenas agarrava e balançava o ombro de Lucas... Até que os papéis voaram, com o contra regra, que escorregou no chão, tropeçando em um dos muitos cabos...
Neusa, o diretor, ainda ao telefone, tentavam ajudar Lucas a levantar, enquanto este tentava reunir os muitos papéis espalhados pelo chão, alcançar o celular, que caíra do bolso, ainda tocando sem parar, caído no canto escuro e afastado, com os dois o segurando...
Dos contornos das sombras, aonde estava o celular, desprendeu-se e tomou forma, uma figura...
Baixo, largo, a perna direita menor do que  a esquerda, a cabeça pequena, a boca grande, os cabelos espetados, irregulares, corpo, mão, rosto, braços... Todas as partes do corpo, escritos, rascunhos em letra cursiva sobre digitação... Aproximou-se dos três, tendo Lucas ainda de joelhos, Neusa  e o diretor tentando erguê-lo. Arnóbio ainda tinha o telefone colado ao ouvido. Os três estavam paralisados, observando, surprêsos, espantados, assustados, o recorte que parou, diante deles.
Maldito pensamento que escapa: - O Programa mais inútil vai voltar? - Indagou. Sem esperar resposta, começou a fazer birra... Pisava, pulava, mãos desajeitadas, as vezes, cruzadas sobre o peito, murmurando coisas inaudíveis. O olhar chateado, as vezes, parava no chão, zangado. - Esse programa é horrível! Sempre foi! Vão trazer o pneu velho debaixo do braço suado, também?! Vão botar fogo no meio do caminho? incendiar um sofá velho, caixotes de feira?... Vão deixar lixo nos cantos? Vão? Vão?... Um vai tascar um tapa no outro? Puxar os cabelos, apliques?... Vai? Que tal?... Alguém vai encontrar um nome mais bonito para xingar a mão, o filho, o marido?... Ah! Mas, isso já aconteceu no Programa! Esse Programa é um lixo! Ninguém vai dizer? Não?... A coitada vai ter que apresentar o lixo? Você odeia tanto assim a mulher, Arnóbio? E quem assiste em casa? Sem a opção de ver outra coisa, tem que passar por isso, Arnóbio? Só para você dar uma lição ou se livrar da Neusa? Quer se vingar? Arnóbio!... Esse formato é horrível! Lá e cá! Avise! Grite! Pregue nas paredes, Arnóbio! Denuncie! Asa de Barata emburrece, chateia, enerva! Quem assiste, quem participa, quem apresenta! E vocês pagam para passar! Enpurram para os patrocinadores! Jogam essa porcaria nas tardes, nas telas, para os coitados assistirem... Ou desligam a tv! Por quê? Arnóbio?... Arnóbio? Arnóbio?- Berrou o recorte, chutando os papéis que estavam no chão, nervoso como uma criança.
Neusa olhou para o diretor.
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Enquanto digito, posto, invadem o sistema e incluem erros gramataais, para tentar me forçar a aceitar fazer o que querem, ceder meus direitos autorais para terceiros ou publicar em editoras, e só publico na minha, quando puder, não cedo meus direitos autorais. Corrijo quando percebo.
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